segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Como Nascem os Demônios - A Origem de SubHeaven

"Era uma vez um garoto que sonhava em ser um anjo.
  Um dia uma garota perguntou pra ele:
     - Você já se olhou no espelho? Você nunca poderá ser um anjo
  Foi aí que ele descobriu a sua verdadeira missão na Terra."

Diversas vezes eu sou questionado por causa do meu ateísmo e do meu ceticismo. Não me incomodo com isso, pois quinze minutos de conversa é capaz de provar que meu ateísmo é justificado.

Muitas vezes as pessoas perguntam também sobre o porquê do nome SubHeaven.

Pois agora você tem a chance de saber quem somos nós...

A origem

A infância é uma fase engraçada. Tudo é uma descoberta, tudo é novo, tudo parece mágico e misterioso. Não é difícil realmente acreditar em tudo que ouvimos. Desde acreditar que o Papai Noel existe e que leva presentes a todas as criancinhas, até nas estórias da moça do espelho que povoam nossos pesadelos. Eu nasci em uma família evangélica e sempre gostei de ser evangélico. Seguia Jesus como exemplo. Acho que uma das minhas características natas é essa: O desejo de ser um herói. Não sei se isso é qualidade ou defeito. Mas desde que me entendo por gente eu sempre adorava estórias e adorava me espelhar nos heróis dessas estórias. Quadrinhos, seriados de TV e até mesmo a Bíblia.

O meu sonho na minha pré adolescência era virar um pregador. Mas não um pregador qualquer. Queria ser daqueles pregadores que nem precisaria abrir a boca para lhe convencer. Eu ouvia as pregações na igreja sobre como deveria ser um verdadeiro "filho de deus", como deveria ser uma luz na escuridão do mundo, como deveria, apenas com seu exemplo de vida, tocar os corações das pessoas. Eu queria ser esse tipo de pessoa. Eu queria ser um herói, e estava disposto a fazer o melhor de mim para ser um exemplo.

Porém... Algumas pessoas não tem o direito de escolher o que querem ser na vida. Por mais que você de esforce mais que os outros, a realidade é uma filha da puta criada por deus que existe para te mostrar o merda que você é.

Eu tinha nascido em uma família muito pobre, meu pai nos espancava por qualquer coisa, minha mãe parece ter 11 anos até hoje. Eu também não nasci nenhum Brad Pitt, muito pelo contrário eu era, e ainda sou muito abaixo da média. Isso também não ajudava em nada. A única coisa que eu tinha e ainda tenho de bom é a facilidade em aprender e ensinar coisas, mas por algum motivo oculto ninguém nunca deu valor pra isso, apenas eu mesmo.

Aos 8 anos eu conheci um olhar de desprezo pela primeira vez. Era uma garota da minha rua. Alguém brincou com ela perguntando o porquê dela não namorar comigo e ela disse "Eu? namorar um menino feio desse?". ^_^

Na minha adolescência eu vi que era realmente sempre rejeitado pelas outras garotas. Da primeira série até a 6ª série, sempre que inventavam uma votação do mais bonito da classe também inventavam o de mais feio. E adivinha quem era invicto na categoria?

Dessa época também vem uma característica minha. Eu passo a impressão de que não preciso de ninguém para viver, que nasci para ser solitário e que até evito as pessoas. E sou assim mesmo. Não porque eu não goste das pessoas. É que durante minha infância e adolescência eu não aprendi o que é receber carinho, o que é receber atenção, o que é ter alguém que goste de você. Eu via meus irmãos e colegas de escola recebendo declarações das garotas, cartas de amor. Mesmo mais tarde, tudo o que aprendi é que os humanos só vão gostar de mim enquanto eu for útil pra elas.

Nessa época eu comecei a me questionar do porquê de eu ser assim, e porque todo mundo a minha volta eram aceitos pelos outros e eu não. Não conseguia ver em que eu estava errando para ser castigado. Não conseguia ver

Apesar de tudo eu continuava sonhando e tentando ser o melhor possível. Eu achava que as rejeições existiam porque eu ainda não era perfeito, e acreditava que se fosse perfeito como os heróis das estórias que lia, eu seria aceito pelas pessoas. Acreditava que se eu fosse perseverante como Jó, um dia as provações iriam acaba.. Mas nada adiantava, eu continuava sendo rejeitado, continuava sendo o patinho feio, continuava pobre, continuava sendo um ninguém. Minha auto-estima foi pro chão nessa época e passei a acreditar que ninguém se importava comigo. Eu já era bom nos estudos e jamais tive problemas em ser o 1º lugar na escola inteira, mas inteligência na pré-escola e no ensino básico é uma maldição e não uma benção. Eu chorava a noite por estar apaixonado por alguma menina da escola e vê-la me tratar com tanto desprezo como as outras crianças. Eu pedia a Deus para ele me mudar, mas nada adiantava. Foi nessa época que eu pensei em ler toda a bíblia, para tentar descobrir o que eu estava fazendo errado para ser tão castigado daquele jeito. Eu então cheguei a duas conclusões possíveis: Ou eu estava sendo provado ou eu não tinha fé suficiente. Comecei a tentar entender o que era fé, ao mesmo tempo em que tentava aceitar tudo como uma grande provação. Como os próprios evangélicos dizem, resolvi deixar nas mãos de Deus.

Eu continuei levando a minha vida da melhor maneira possível até os meus 14 anos quando minha mãe se separou do meu pai. Ela nunca esteve preparada pra cuidar de uma família sozinha e meu pai negava qualquer ajuda então o nível de vida caiu bastante, eu tive que parar de estudar e procurar emprego. Mudamos-nos para outra cidade onde ficava a sede da igreja que frequentávamos, a Igreja Batista.

É importante ressaltar aqui eu tinha feito um curso de criação de sermão aos 13 anos na igreja, mesmo todos os outros alunos sendo adultos e eu fui o único a tirar nota máxima e vários elogios.

Moramos de "favor" em um quartinho no fundo da igreja, junto com ratos e outras velharias da igreja. Acordava a noite com ratos mastigando meu cabelo.

Um dia então vi um cartaz na porta da frente da igreja. Eles precisavam de um office boy. Fiquei feliz com a possibilidade de conseguir um emprego e poder ajudar minha família a sair daquela situação. Fui falar com o pastor sobre o cargo, e ele me disse que ia ver mas nunca deu resposta. Poucos dias depois o anuncio some e um filho de outro membro da igreja, branco, rico, estudado, ficara com o cargo.

Foi a minha primeira lição sobre a meritocracia. Não importa o quanto você se esforce, não importa o quanto você é mais inteligente que os outros, se você é negro ou pardo. Para o resto do mundo, um playboyzinho desgraçado sempre vai ser mais merecedor que você.

Talvez você até esteja pensando - Ahhh o Sub se acha demais. Não me acho, eu treinei a minha vida inteira para ser mais inteligente que qualquer filho da puta que eu achar. E se alguém quiser me testar, estou sempre aberto a debater e me provar. E se você for um playboyzinho metido a intelectual, vai ter preferido ter encontrado o diabo a mim.

Não tenho paciência com playboyzinho, nem patricinhas e muito menos racistas. Se você for um racista e um dia eu descobrir, tenha certeza que você conhecerá o meu pior lado. Se você for intolerante, você vai conhecer o SubHeaven prepotente, orgulhoso, sarcástico, arrogante e grosso. E não adianta querer dar uma de intelectual, pois pra mim você será apenas uma formiga tentando debater com um humano e nem tente dar uma de troll, pois vai saber que posso ser o pior dos trolls..

Mas voltando a história do babaca que ainda acreditava em deus.

O máximo que o pastor da igreja que frequentávamos conseguiu de emprego pra nos ajudar foram alguns bicos para carpir plantações e carregar madeira pra construções da igreja. Mesmo com alguém formado em direito, que conhecia a minha família, que já tinha me abrigado na casa dele quando fizera um curso bíblico antes, só conseguia um emprego para os quais eu não estava preparado e cujo salário mal ajudava a pagar a comida. Para esse pastor, não importava eu ser o mais inteligente da igreja. Eu era feio e pobre e meu “destino” era carregar pedra o dia inteiro.

Nessa época, por alguma motivo, minha família abandonou a igreja, mas eu continuei frequentando, afinal de contas, eu tinha que passar pelas provações. Nós sempre nos mudávamos, pois minha mãe não conseguia pagar o aluguel e sempre tínhamos que sair de onde estivéssemos. Já teve noites de termos que dormir na rua mesmo, pois não tinhamos pra onde ir. Mas sempre que arranjávamos uma casa eu procurava a igreja mais próxima e passava a frequentar.

Não tínhamos onde morar, nem o que vestir e quase não tínhamos o que comer. Mas mesmo assim eu pedia a Deus para que ele ajudasse a minha família ou pelo menos me revelasse o porquê de tanta provação. Implorava a noite por um pouco de alívio, chorava, explicava pra Deus que não precisava tirar minha missão, mas que apenas me desse um pouco de alívio, me desse uma chance para ter um emprego fixo e descente.

Como não fui atendido eu continuava a tentar imaginar o que havia de errado comigo. Comecei imaginar que fosse o tipo de pedido. Então comecei a pedir pra que Deus apenas me desse uma chance mínima, o resto poderia ser comigo, se falhasse eu aceitaria meu destino. Nada de respostas.

Resolvi então pedir pra que Deus livrasse pelo menos minha mãe e meus irmãos daquela vida. De novo nenhuma resposta.

Comecei então a duvidar do amor de Deus, mas sem Deus a minha vida estaria perdida. Então continuei pedindo uma chance pra Deus, uma chance de voltar a estudar, uma chance de usar o que sabia fazer.

Passei a me dedicar a estudar mais coisas, frequentar bibliotecas, pegar revistas sobre informática (Sempre fui apaixonado por computadores) e estudar.

Mas a minha vida continuava da mesma maneira.

No fim da minha adolescência a coisa complicou, passar a infância se escondendo das pessoas e fingindo que não precisa ter vida social é fácil, mas aos 17 anos não.

Eu pedi pra Deus para que ele me matasse. Não aguentava mais viver daquele jeito. Mas como sempre, nenhuma resposta. Pedi pra pelo menos ele me dizer o porquê daquilo tudo. Nada de novo.

Quando completei 18 anos eu estava desesperado. Não tinha nenhuma perspectiva de vida, não tinha vida, não tinha profissão, não tinha passado, não tinha ninguém para estar do meu lado. Eu era um nada, a minha vida não valia nada.

Eu repassei toda a minha vida procurando por uma lógica, pois na bíblia dizia que nem mesmo uma folha caía de uma árvore sem que deus deixasse. Mas então qual era o motivo de minha vida ser tão desgraçada daquele jeito? Eu não ganhei nada com aquilo, Deus não ganhou nada com aquilo, a causa cristã não tinha ganhado nada com aquilo, eu não tinha aprendido nada com aquilo, apenas tinha deixado de aprender e não tinha nenhuma esperança no meu futuro. Nesse momento eu percebi que Deus não me amava.

Eu até lembrei e pesquisei sobre a vida de Jó, pois eu tinha sido escolhido para ser um novo Jó. Mas enquanto o primeiro tinha tido uma boa vida antes e depois da provação, eu nem sabia o que era ter uma vida como o das pessoas a minha volta. Só tinha conhecido o desprezo, a ignorância, a dor, a solidão.

Nada fazia sentido. Como é que o deus de amor tinha deixado a minha vida virar aquilo?

Foi quando eu comecei a pensar na única solução possível. Que seria me matar. Parecia realmente impossível sair daquela situação, eu até tinha tentado, tinha me esforçado o que pude, estava preparado. Mas por algum motivo ninguém olhava pra mim e via algo diferente do o de uma mão de obra quase escrava. O engraçado é que já tinha me acostumado aos elogios do quanto eu era inteligente, do quanto eu aprendia rápido e do quanto eu sabia conversar sobre tudo. Mas tudo isso apenas na conversa pois para um emprego, eu era apenas uma mão de obra mais simples possível.

Você deve estar pensando, pelo menos você tinha sua família né? Errrr... mais ou menos.
Nessa época minha mãe tinha se mudado para Goiás, para Anápolis, com meu irmão mais novo. Meu outro irmão estava na casa de meus tios por parte de pai e eu estava sozinho novamente (Não era a primeira vez que isso acontecia) em Bragança Paulista, vivendo de favor novamente na casa de meu patrão na época.

Não importava o quanto eu me tentasse esforçar, meu destino parecia ser apenas o de viver com um sub emprego e viver de caridade das pessoas o resto da minha vida.

Mas eu não queria morrer, eu queria viver, queria trabalhar com computadores, queria ter uma família, queria estudar. Queria ser como todo mundo. Mas só me restava morrer. Viver era pior do que qualquer pesadelo, respirar doía mais do que o fogo, eu ia dormir a noite sem saber o que iria fazer no outro dia.

Até que tive uma idéia. Já que Deus não se importava comigo, o diabo talvez sim. Junto com ensinamento sobre Deus e Jesus eu sempre ouvi as estórias sobre o diabo e sobre como ele poderia atender seus desejos em troca de sua alma.

Então resolvi tentar entrar em contato com o dito cujo. Mas foi a mesma coisa de Deus. Nenhum sinal, nenhuma resposta, nenhuma mudança. Conheci várias pessoas que diziam saber entrar em contato com o tal capeta, mas que sempre sumiam quando eu pedia que me mostrassem. Até comprei um livro de São Cipriano. Mas tudo o que vi foram bobagens. Tentei fazer um ritual de um livro da tal magia branca e dois dos mais simples do livro de São Cipriano. Nenhum surtiu efeito.

O cômico nesse período, foi que a minha família que tinha abandonado a igreja voltou a freqüentá-la e são evangélicos até hoje, com direito a cursos para líderes de jovens e tudo.

Mas enfim, eu andava com símbolos satânicos e camisetas xingando a Deus, para ver se alguém respondia as minhas dúvidas ou se um dos dois aparecia. Só queria a manifestação de algum dos dois pra eu bolar algum jeito de mudar a minha vida. Mas nada. Nem Deus, nem diabo, nem espiritos, nem sonhos, nem alucinações, nem vozes. Nada de sobrenatural aconteceu ou acontecia na minha vida.

Foi aí que percebi a coisa mais óbvia de todas.

Não existiam deus, nem diabo, nem anjos e eu tinha feito papel de palhaço a vida inteira acreditando nessas bobagens. Eu só tinha tido muito azar quando nasci. 

O mundo é aleatório. Se vai acontecer alguma coisa boa ou ruim com você não tem nada a ver com Deus, encarnação, espíritos, desenvolvimento espiritual, carma ou qualquer bobagem sobrenatural. Você pode blasfemar contra Deus de manhã e ser promovido à tarde, ou pode fazer jejum a manhã inteira e perder o emprego à tarde. Mas isso são coisas de um mundo físico e imprevisível.

Isso explicaria toda a minha vida de ilusões sem deixar nenhuma dúvida.

Então me declarei ateu e toquei a minha vida. Depois disso conheci outros céticos, conheci ateus, pseudos-bruxos (Sempre que eu pedia pra me mostrarem um ritual ele arranjavam uma desculpa e mudavam de conversa) e muitos outros.

Eu só conseguia emprego se fosse de servente de pedreiro ou lixador de móveis (Profissões que não têm uma perspectiva de carreira muito animadora), mas continuava a estudar e me preparar pra um dia ter alguma chance.

A mãe de um amigo ateu acabou me incentivando e até ajudando financeiramente a terminar o ensino fundamental e o médio.

Depois, outro amigo, que odeia evangélicos, conseguiu um emprego como digitador em um supermercado. Era meu primeiro emprego onde meus conhecimentos seriam colocados em prática. Entrei como auxiliar, um ano depois era encarregado e mais um ano depois programador. Mais um ano depois entrei para uma faculdade particular e seis meses depois consegui bolsa integral.

Hoje eu tenho uma carreira, estou 10 anos atrasado, mas pelo menos tenho um futuro. Coisas que consegui sem Deus nenhum, sem energizar meus chackras, sem mentalizações, sem orações, sem pensamentos positivos. Apenas estudo, trabalho e oportunidades.

Estou fazendo faculdade, e consegui isso sem Deus nenhum também.

Qual a minha relação com toda essa estória sobrenatural?

Eu cresci acreditando nisso, então no fundo, eu ainda queria que existisse deus, fim do mundo, espíritos e tal. Apesar de não acreditar, eu estou disposto a participar de qualquer "teste" que geralmente me propõe, já fui e diversos acampamentos religiosos (Tanto evangélicos, quanto católicos). Ainda gosto de ler livros ou assistir filmes sobre alienígenas (Não acredito neles também. Pode existir vida em outros planetas? Podem. você acredita que tem alienígenas nascendo na Terra, entrando em contato com pessoas "evoluídas" e passeando por ai com discos voadores? Definitivamente não).

Algo me chama pra esse lado espiritual. Ainda não sei o que é. Talvez um dia eu tenha que voltar a acreditar. Talvez eu tenha que conseguir a prova definitiva de que tudo não passa de uma grande bobagem imaginária, ou talvez eu seja a encarnação do Estrela da Manha na Terra. Essa resposta ainda não tenho, como isso não me atrapalha na minha guerra pessoal (Deixar minha vida do jeito que eu quero) eu apenas aproveito essa busca como um descanso do resto da batalha.

Também me interesso sobre essa estória toda de revolução mundial como as estórias sobre a mudança de nível da Terra até 2012. Mas meu interesse é apenas pela parte prática dessa estória. Exemplo: A teoria dos Índigos diz que eles estão encarnando na Terra para ajudar as pessoas a fazerem sua evolução para um mundo melhor. Mas como essa ajuda é feita? É trabalho prático ou apenas mentalizações? Esses supostos humanos evoluídos realmente mantém uma postura íntegra e fazem suas escolhas baseadas nessa melhoria da vida na Terra ou apenas entram em fóruns e comunidades de Índigos para trocar figurinhas e continuam destruindo o planeta e se entregando aos vícios como o resto da humanidade?

Quem sou eu hoje?

Sou um cético. Duvido de tudo e coloco tudo a prova, até mesmo o que eu digo é testado de tempos em tempos (Estou em uma dessas fases de colocar todas as minhas teorias à prova). Minha vida está prestes a ficar do jeito que eu a quero. Provavelmente eu já tenho as respostas que procurava. Agora só falta colocá-los na prática.

Por que estou gosto de debater?

Para refinar meu conhecimento sobre o mundo e colocar meu modo de ver o mundo a prova.

Ninguém fica melhor escondendo-se debaixo da cama. Ninguém encontra respostas se não as procurar e ninguém vence uma guerra sem sair para o campo de batalha. Eu preciso saber se estou certo, preciso saber se estou esquecendo de levar em consideração algum detalhe. Essa postura "umbralina" serve para fazer isso, provocar, debater, ser confrontado e desafiado. Foi assim que obtive minhas respostas e não vai ser tocando harpa em uma igreja que vou terminar meu projeto.

O que você pretende pro futuro?

O mundo social é controlado por beleza e dinheiro e não tenho nenhum dos dois. O Projeto Gênesis é eu "comprar" beleza. Simples assim. Com isso passo a ser considerado um humano normal pelas outras pessoas, e consequentemente provo que eu não preciso de deus pra nada.

O que é SubHeaven?

Durante a minha vida, eu tive que buscar toda a forma de mecanismo para moldar minha mente e principalmente me defender dos humanos. Eu percebi que é muito mais fácil “reprogramar” a minha mente utilizando pequenos mitos. Obviamente poderia usar deus como um mito, mas ele já tinha sido provado como sendo inútil pra mim, logo, teria que criar meus próprios mitos.

NOTA: Tudo o que vai ser escrito daqui em diante é fruto da minha imaginação e é usado como gatilho psicológico para moldar a minha existência subjetiva e servir como canalizador para moldar minhas existência objetiva. Nada é real, apesar de, quando eu falo deles, trato como se o fossem.

Quando eu vi que minha vida era uma merda, eu matei o antigo Paulo, e me dividi em duas personalidades: O anjo que sempre quis ser, e o demônio que deveria ser.

Com o tempo resolvi criar outras personalidades e me dividi em seis: O anjo, o demônio, a criança, o engenheiro, o poeta e o galanteador.

O anjo representa aquele ideal heróico que sempre quis atingir e que depois descobri ser completamente inútil. Querer ajudar as pessoas e me preocupar mais com elas do que comigo mesmo é prejudicial para mim. O autruismo sempre foi prejudicial pra mim. Eu nunca poderia ser um anjo, não nasci assim, então sempre seria aquele otário com quem todos iriam contar nas horas difíceis, mas que seria chutado para o canto nos momentos bons. Essa é a personalidade que me empurra para o estudo do sobrenatural. Então essa é uma personalidade que deveria ser controlada.

O demônio representa aquele que não se importa com ninguém a não ser comigo mesmo. Ele quer que todo o resto do mundo se foda, ele considera os humanos simples macacos sem pelos. Seu objetivo é a minha felicidade. Ele não se importa com religião e quer que deus se foda também. Essa é a personalidade tem que ser desenvolvida.

A criança representa a personalidade humorada, é também a personalidade que tem esperanças no ser humano, que sonha, faz planos, se diverte e é curiosa. Adora brincar e jogos eletrônicos. E é a personalidade que sempre me ajudou a gostar de aprender. É a personalidade que a maioria das pessoas na vida real conhecem.

O engenheiro é a personalidade inteligente. Ele é totalmente racional e calculista e domina como ninguém o método científico. Ele é quem serve de apoio ao demônio, avisando de armadilhas e sugerindo planos de ação. Ele porém é visto muito agindo com a criança ao dar aula.

O poeta sempre foi o mais inútil das personalidades, e foi criado exatamente para representar todas as habilidades e capacidades que desenvolvi achando que poderia ser uma pessoa diferente. Ele é o que controla minhas paixões e amores e por isso era o que mais me deixava vulnerável. Ele é romântico e também me fornecia capacidades artísticas e me permitia desenhar e escrever poemas. Ele foi totalmente preso e, ironicamente, nunca mais consegui desenhar e escrever como antes. Nada disso me faz falta.

O galanteador é o que ama as mulheres. É o que sabe o que elas querem e sabe como dar isso a elas. É uma personalidade que foi criado, a pedido do demônio, para ser desenvolvido.

O Paulo é apenas uma casca, ele em si morreu quando eu tinha oito anos de idade, e só será trazido de volta com o Projeto Gênesis.

NOTA: Fim da parte imaginária.

Não me importo mais com o conceito deus. Eu posso muito bem frequentar uma igreja, até gosto de música gospel (Se bem que em um país dominado pelo rebolation, música gospel é literalmente o paraíso). Não frequento porque, para mim que não acredita é jogar de duas a três horas da minha vida ouvindo algo que já sei e que, pior, sei que até os crentes não levam a sério.

Eu seria um herói se vivesse nos mundos dos filmes e séries que tanto amo, mas vivo no mundo real, e aqui minhas qualidades não valem nada. Mas devo ser como água, devo me adaptar ao ambiente em que vivo. Devo me adaptar, aprender e conquistar.

E é isso que farei.

7 comentários:

  1. Muito interessante. Também não posso deixar de dizer que você me parece um tanto quanto louco. Mas não deixa de ser extremamente fascinante sua história de vida, seus propósitos e sua filosofia.

    Tenho um pouco de medo de você, mas gosto da maneira que se expressa.

    Até mais!

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  2. Ola, achei bem interessante tua historia de vida, a minha nao eh muito diferente! nao se assemelha nos detalhes, entretanto, quanto aos questionamentos, me tornei ateu por motivos diferentes tambem! mas as dificuldades e os questionamentos existiram de tal sorte! Quanto a teu texto, uma dica, sou mais velho que vc, nao se abra tanto, todos tem pensamentos semelhantes (a nao ser os mediocres), entretanto a cultura da normalidade enquandraria metade dos teus pensamentos como loucura, e isso pode atrapalhar vc em seus planos! Corrija teus pensamentos com relaçao a aparencia, eles soh vao atrapalhar tua mente! e o mais dificil, se desligue das amarras do passado, nao esqueça o que vc aprendeu, entretanto, esqueça as magoas! eh algo dificil, mas uma ciencia que pode ajudar eh a reprogramaçao neurolinguistica, apesar de as vezes falar muita bobagem tem bastante sentido em muitas outras coisas! Enfim, e como dica final, nao limite tua vida a um projeto de vitoria financeira!

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  3. Olá Rafa. Vlw pelo comentário.

    Na verdade já pensei sobre suas colocações antes de publicar esse artigo, mas eis os motivos que me fizeram continuar.
    Em primeiro lugar eu já passei mais de 10 anos da minha vida tentando fingir ser um primata normal como todo mundo e de nada adiantou. O mundo em que vivemos não nos julga pelo que pensamos ou deixamos de pensar mas sim o que parecemos e o que possuimos. Em suma, mesmo agindo como um louco drogado no programa da Oprah, muitas mulheres diriam sim se o Tom Cruise as pedissem em casamento, portanto, não importa o que eu pense ou diga, sou julgado pela minha aparência e minhas posses, e portanto, não justifica eu fingir mentalmente ser algo que eu não sou.

    Em segundo lugar não tem nada para corrigir em meus pensamentos em relação à beleza pois eles estão 100% certos e posso até lhe mostrar resultados das minhas pesquisas na prática. Na verdade seria um absurdo, saber que estou certo, e tentar fingir que estou errado. E é isso que você está me propondo.

    E por fim, essa conversinha de usar neurolinguística para esquecer as mágoas do passado não passa de conversinha furada e comodista. É fácil dizer para a pessoa que está com uma vida miserável aceitar a sua condição e continuar sofrendo, por isso os primatas inventaram um monte de frases feitas para tentar manter as aparências, mas quem convive com um problema desse sabe que essas conversinhas furadas e teorias baratas a la O Segredo são uma estupidez.

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  4. Sub eu achei muito intereçante a sua historia
    e como vc falou,é facil dizer a uma pessoa}
    que tem uma vida mizeravel que aceite sua
    condição e que "Deus" irá ajuda-la quando chegar a hora,eu estou aqui pra lhe dizer que não esqueça suas magóas,pois foram elas que lhe fortaleceram e fizeram vc chegar onde vc esta agora. {Algo Bem Melhor Que No Inicio da Historia}
    e vc é um demonio alfa,pois você já entendeu qual é a regra desse mundo que vivemos{TER BELEZA,TER DINHEIRO,SER FAMOSO OU FAZER ALGO QUE NÃO USO SUA INTELIGENCIA,APENAS SEU CORPO PARA FAZER ALGO QUE SURPREENDA OS OUTROS.}
    as pessoas usam a "valvula de escape" chamada Deus para explicar o que não foi descoberto ainda,para preencher as lacunas da ciencia,
    e eu acho isso uma IDIOTICE,afirmar que tudo que não tem explicação é causado por deus? se esse deus é tão "bom" como tantos dizem, por que existem pessoas que matam seus pais,que pizam nas pessoas com tanto poder,e pessoas tão boas,que ajudam os outros com tão pouco? a resposta é que as pessoas de poder,descobriram que tudo que elas tem ou que desejam conseguir são resultados do suor de cada uma delas,
    pessoas que dizem ouvir,sentir,ou até incorporar espiritos, eu tenho uma explicação não muito lógica mas que faz um pouco de sentido,dizem que o ser humano não usa nem 30% do poder do cerébro,então será que isso não são alucinações?será que não é algo que as pessoas não consiguam normalmente e só algumas que dedicam o cerébro a fazer aquilo conseguem?nenhum cristão ou católico pode afirmar isso com clareza,eu tenho uma dica pra vc,quando as pessoas forem criticar suas opniões fassa uma unica pergunta.
    "Se Deus é tão bom e tão poderoso,por que ele não mostra todo seu poder,e prova que realmente existe?" se algum católico responder isso com clareza de um modo que me fassa acreditar eu garanto de todos os ateus vão cair em lágrimas,pedir o perdão de deus do fundo do coração,e vão se converter como os cristões mais convictos o possivel

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  5. Esquecendo deus o diabo e tudo isso vc só prova que é um incompetente , tudo isso que vc procura entender só leva o vazio dentro de você ficar maior , a vontade do ser humano em querer achar uma explicaçao para sua existencia toma muito tempo da sua vida , eu vi muita coisa boa em suas experiencias ,e vi tambem que seu unico desejo de infancia é ser igual a todo mundo ou seja aceitavel nos padrões em que vc vive esse desejo é medíocre pois ligar com o que os outros acham de você é só almentar o desejo de ser igual a todo mundo , aproveite melhor o seu tempo e dedique-se a alguém ou aguma coisa que lhe traga prazer em viver é certo por o ser humano ter uma existencia vazia ele precisa de algo para lhe preencher, alguma coisa em que possa acreditar,tudo so depende de você

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    1. Olá Jhonny, tudo bem? Peço permissão para discordar de você.

      Minha busca não fez o meu "vazio interior" ficar maior. Na verdade eu sei exatamente o que passei e o caminho que escolhi valeu a pena. Tenho quase tudo que sempre desejei (Um rosto novo, uma profissão, objetivos alcançáveis, prazeres positivos (vide Flávio Gikovate), ser igual aos outros).

      Ouso dizer que não tenho mais vazio interior. Se eu parar de estudar, de lutar e resolver apenas aproveitar o que conquistei eu terei uma vida modestamente tranquila e feliz. Trabalhando, saindo com amigos, jogando meu video game, casando, etc.

      Só não parei meu projeto, porque hoje eu quero mais do que eu queria quando escrevi esse artigo.

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  6. Cara, estou impressionado!!!
    Fantástica a sua forma de pensar, a forma como você divide sua personalidade, a forma como você descreve as pessoas em anjos e demônios, isso é incrível. Eu concordo com você em muitas coisas e sinto muito pelo que passou, acho que ninguém merece passar por isso. E parabéns por sobreviver a isso tudo de cabeça erguida e não perder a esperança de que tudo poderia mudar pra melhor.
    Eu até acho que possa existir um Deus, mas ele não liga pra gente, então temos que continuar vivendo a nossa maneira.
    Foi inspirador seu texto!
    P.S.: Estou escrevendo um livro e sua historia acabou de me inspirar um personagem que será muito importante. Obrigado!

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